Polícia Federal prende ativista Bolsonarista Sara Winter em Brasília
O pedido de prisão, aceito pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, foi feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que investiga ações antidemocráticas.
A PGR afirmou que apresentou os pedidos de prisão temporária, por cinco dias (prorrogáveis por mais cinco), sexta-feira (12), a partir de indícios, obtidos pelo Ministério Público Federal (MPF), de que o grupo continua organizando e captando recursos financeiros para ações que se enquadram na Lei de Segurança Nacional.
Na ordem de prisão, Moraes determina: “Consigno que o cumprimento da ordem deve ocorrer com a máxima discrição e com a menor ostensividade, havendo auxílio de força policial somente em caso de extrema necessidade”..
Os agentes da PF cumprem mais cinco mandados de prisão contra outros integrantes do grupo “300 do Brasil”. De acordo com o analista de política da CNN, Igor Gadelha, Sara Winter foi levada para a Superintendência da Polícia Federal em Brasília.
Winter também está entre os investigados pela Polícia Federal no inquérito que apura fake news e ataques a ministros do STF, do qual Moraes é relator na Corte. No dia, 27 de maio, ela afirmou, por meio do perfil que mantém no Twitter, que os agentes da PF estiveram na casa dela.
Na ocasião, a militante chamou o ministro do STF Alexandres de Moraes de covarde e disse que ele não a calaria. “Levaram meu celular e notebook. Estou praticamente incomunicável”, escreveu na conta que mantém na rede social.
A prisão da ativista também foi confirmada nas redes sociais pelo "300 do Brasil". Em mensagem no Instagram, o grupo escreveu: "Sara Winter acaba de ser presa pela Polícia Federal".
A conta de Sara Winter no Twitter publicou uma mensagem pouco mais de uma hora depois que ela foi presa. O texto que ironiza o inquérito que apura as ações antidemocráticas.
“Sara Winter foi presa por conta de uma investigação sobre financiamento de protestos antidemocráticos. Isso mesmo, as manifestações onde idosos, crianças, deficientes, mulheres participavam em apoio ao PR @jairbolsonaro é a tal manifestação 'antidemocrática'”, diz o texto, assinado por alguém que se identificou como "Adm" [administrador] da conta.
Pelo Twitter, Sergio Moro, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, afirmou que considera correta a “prisão de radicais (...) que ameaçam ministros [do STF]”.
“A prisão de radicais que, a pretexto de criticar o STF, ameaçam explicitamente a instituição e seus ministros, é correta. A liberdade de expressão protege opiniões, mas não ameaças e crimes. O debate público pode ser veemente, mas não criminoso”, escreveu Moro.
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