Justiça acata denúncia contra juíza que teria pedido R$ 1,5 milhão para tirar goleiro Bruno da cadeia

Nove anos após acusação da noiva de Bruno FernandesIngrid  Calheiros Oliveira, o Tribunal de Justiça (TJ) acatou uma denúncia do Ministério Público (MP) de 2018 contra a juíza Maria José Starling, que teria negociado o valor de R$ 1,5 milhão para a soltura do ex-goleiro de Atlético Flamengo. Ele é suspeito de envolvimento no assassinato da modelo Eliza Samúdio, que se relacionou com o ex-jogador de futebol, em junho de 2010. A decisão do TJ foi deferida na última terça-feira.

Em outubro de 2010, a noiva do ex-atleta, a dentista Ingrid Oliveira, acusou Maria José Starling, da comarca de Esmeraldas (cidade de Região Metropolitana de Belo Horizonte), e o ex-advogado de BrunoRobson Pinheiro, de terem cobrado R$ 1,5 milhão pela soltura do ex-goleiro. Suspeita, a juíza foi afastada do cargo em junho de 2011. Desde então, ela nega as acusações.

Em julho de 2018, o MP ofereceu uma denúncia de Ação Civil Pública para o TJ contra a juíza por improbidade administrativa, baseado nas denúncias de Ingrid. A ação foi ajuizada em novembro do mesmo ano e teve um fim somente na última terça. Maria José Starling tem até 15 dias para recorrer da decisão.

Maria José Starling foi a primeira juíza do caso Bruno. Segundo a ex-esposa, Robson entraria com um pedido de habeas corpus para o ex-jogador em um fim de semana que Maria José estivesse trabalhando. O pedido seria aceito, e essa “venda” de habeas corpus custaria R$ 1,5 milhão.

A reportagem ainda tenta contato com as defesas de Robson Pinheiro Maria José Starling . O TJ ainda não se pronunciou sobre o processo contra a juíza, que se aposentou de forma compulsória em 2018, após a denúncia do MPMaria José pode responder por processo judicial e perder a aposentadoria.

O caso Bruno

 
Depois de se relacionar com Eliza Samúdio em 2009, Bruno Fernandes passa a ser pressionado pela mulher para assumir a paternidade de uma criança. No mesmo ano, ela presta queixa contra o jogador na Justiça carioca por agressão e por forçá-la a abortar. Em 9 de junho de 2010, a modelo chega ao sítio do jogador em Esmeraldas, supostamente para resolver a situação.
 
Após o dia 10, ela não foi mais vista. A polícia recebeu uma denúncia anônima em 24 de junho sobre o suposto assassinato, que envolveria outras oito pessoas. A Justiça decretou a prisão de Bruno, então goleiro do Flamengo, em 6 de julho. O atleta respondeu por homicídio triplamente qualificado, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver, crimes cujas penas somadas variam de 14 a 36 anos de prisão. Desde então, Bruno foi condenado, cumpriu parte da pena e teve o benefício do regime domiciliar.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Polícia Civil prende principal suspeito do triplo homicídio que ocorreu em Santarém

‘A polícia não descarta nenhuma linha de investigação’, diz delegado Jardel sobre morte de Aguinaldo Promissória

Prefeitura de Santarém lança edital de concurso público