Marcelo Freixo: “Não iremos construir uma aliança que derrote Bolsonaro sem ter o PT”
Se for “para contribuir na divisão”, o deputado afirma que prefere não disputar o que seria sua terceira eleição municipal na cidade, uma vez que a continuidade do bolsonarismo “pode representar o fim da democracia brasileira”, seja com um golpe ou nas eleições de 2022, pleito cuja realização Freixo é cético em acreditar. Ainda que seja “um desejo”, o impeachment é visto neste momento com reservas pelo parlamentar, que pede pela união do “campo democrático” com vistas a rachar o centrão e abrir espaço para a diminuição do apoio institucional ao presidente.
CartaCapital: De alguma forma o senhor ficou ressentido com o que aconteceu no PSOL?
Marcelo Freixo: Não, ressentimento é um sentimento muito pequeno. No PSOL a gente tinha ampla maioria para aprovar nossa chapa. É claro que cansa e desgasta ter um setor sectário sendo inconsequente diante do fascismo e lançando candidaturas, mas não é impeditivo. O que houve é uma impossibilidade de alianças num campo maior da esquerda, também nacionalmente: o fascismo está sendo implementado e o campo democrático debatendo seus projetos partidários e pessoais como se nada estivesse acontecendo. Isso é muito grave, porque tanto o Bolsonaro dar um golpe de estado, quanto ele ganhar a eleição de 2022 pode representar o fim da democracia brasileira. E o campo democrático tem que ter um projeto em conjunto. Qual deve ser? Deve ser em cima da desigualdade social com destaque para quatro eixos: reforço do SUS, educação, segurança pública e proteção ambiental, porque são os pobres que morrem com a deficiência desses segmentos. Temos que ter esse projeto e nele ter todo mundo: o Ciro (Gomes), o (Flávio) Dino, o (Fernando) Haddad, a Manuela (d’Ávila), para que possamos derrotar o fascismo. Isso para mim é prioridade, mas não é o que está acontecendo.
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