Comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica deixam os postos um dia após demissão de ministro


Decisão foi comunicada na reunião dos três oficiais com o novo ministro, Walter Braga Netto, e o antecessor, Fernando Azevedo e Silva

Mudança ocorreu após reunião tensa nesta terça-feira
Mudança ocorreu após reunião tensa nesta terça-feira (Isac Nóbrega/PR)

Dois dias antes do golpe militar de 1964 completar 57 anos, o Ministério da Defesa anunciou nesta terça-feira (30) a saída dos comandantes das três Forças Armadas: Edson Pujol (Exército), Ilques Barbosa (Marinha) e Antônio Carlos Moretti Bermudez (Aeronáutica).

As saídas ocorrem um dia após o presidente Bolsonaro (sem partido) demitir do general Fernando Azevedo e Silva do comando da pasta. O também general da reserva Walter Souza Braga Netto, que até então comandava a Casa Civil, assumiu o posto.

A decisão foi comunicada, segundo a pasta, na reunião dos três oficiais com o novo ministro, Walter Braga Netto, e o antecessor, Fernando Azevedo e Silva.

A reunião dos comandantes das Forças Armadas, na manhã desta terça-feira (30) teve momentos de tensão. O reportagem apurou que o mais exaltado no encontro foi o almirante Ilques Barbosa, da  Marinha, com reações que beiraram à insubordinação, conforme relatos de presentes.

O encontro dos oficiais com Braga Netto foi marcado após o presidente Jair Bolsonaro demitir Azevedo e Silva do Ministério da Defesa, nesta segunda-feira ( 30). O agora ex-ministro resistiu a um alinhamento político das Forças Armadas com o governo.

Além do comandante do da Marinha, o do Exército, general Edson Leal Pujol, e o da  Aeronáutica, Moretti Bermudes, colocaram seus cargos à disposição.

A intenção dos três comandantes com o gesto é deixar claro que não dariam um passo que possa contrariar a Constituição ou caracterizar ingerência nos outros Poderes, o Judiciário e o Legislativo.

O nome mais cotado nos bastidores para o lugar de Pujol é o do comandante militar do Nordeste,  general Marco Antônio Freire Gomes.  Segundo militares  que acompanham a negociação, no entanto, para nomear Freire Gomes, Bolsonaro teria de “aposentar” seis generais quatro estrelas mais antigos que ele. Isso porque eles passam à reserva se um oficial mais "moderno", com menos tempo de Exército, for alçado ao comando.



Dom Total

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