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Comunidade do Irurama na região do eixo forte, recebe visita técnica para desenvolver o turismo de base comunitária.



Essa semana, a comunidade Irurama, no Eixo Forte, recebeu uma equipe de técnicos da Secretaria Municipal de Turismo (Semtur). A visita é uma estratégia para mapear os atrativos turísticos da cidade e estimular o turismo de base comunitária.
Para a turismóloga da Semtur, Denise Ferreira Albuquerque, a ação contribui para a elaboração de estratégias que vão melhorar a atividade turística na região. "Nós vamos até as comunidades para conhecer seus atrativos e identificar pontos fortes e deficientes. Isso nos ajuda a planejar ações para corrigir falhas e garante a qualidade dos atrativos da cidade e a satisfação dos visitantes".
Em Irurama, os moradores apresentaram aos técnicos da Semtur uma trilha ecológica elaborada para receber turistas com o objetivo de garantir emprego e renda dentro da comunidade.

Sobre as trilhas
As trilhas da comunidade Irurama foram formuladas em 2019 durante o curso de Turismo Rural ofertado pela Prefeitura de Santarém, através da Semtur, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).
"O curso nos ajudou a enxergar o potencial que o Irurama tem para o turismo e que nós nunca havíamos percebido. Agora, a gente entende que é possível ter uma fonte de renda dentro da nossa região de forma sustentável", argumentou a comunitária Adriane Pedroso.
“No ano passado, nós conseguimos beneficiar mais de 880 pessoas com qualificação. Boa parte dos cursos aconteceram em bairros afastados do centro ou em comunidades rurais, como é o caso de Irurama. Esse tem sido um dos nossos principais desafios. Levar capacitação para perto de quem não pode comparecer as aulas todos os dias na área central de Santarém, garantindo o acesso democrático”, observou o secretário municipal de turismo, Diego Pinho.
A qualificação ajudou os comunitários a elaborar trilhas dentro de Irurama. Uma delas é a ‘Trilha do Cacique’. O cacique é o seu Hermogenes Pereira. É da frente da casa dele que a aventura começa.
Depois de receber votos de boa sorte do seu Hermogenes, os aventureiros entram na mata fechada. “De manhã cedo dá pra ver os macacos pendurados nas arvores”, conta o cacique.
Não faltam atrativos dentro da floresta. Os guias, que são moradores da comunidade, apresentam a variedade de espécies da flora amazônica. São castanheiras, seringueiras, buritizeiros, pés de cumaru, cupuaçu, bacaba, andiroba e até pajura. Para a experiência ficar mais completa, o turista pode experimentar na hora os frutos de cada árvore e conhecer a história delas. Muitas são centenárias.
No caminho, há vários igarapés com água gelada e transparente. Além de deixar o cenário ainda mais bonito, eles são uma ótima opção pra refrescar o corpo. Mas os canais de água têm significado importante por lá. Foram eles que inspiraram o nome da comunidade.
“Irurama é um nome indígena que significa caminho das águas. Esse nome é porque existem vários igarapés dentro da comunidade. É só caminhar um pouco pra encontrar um”, disse Adriane Pedroso.

O percurso termina na sede da associação dos moradores, onde os visitantes são recebidos com um lanche saudável e delicioso preparado com frutas e ingredientes produzidos na própria comunidade.
Para o secretário municipal de turismo, a estruturação do passeio incentiva o engajamento dos comunitários da região do Eixo Forte na atividade turística. “A Secretaria de Turismo faz levantamentos para identificar os atrativos da cidade e a estruturação dessa rota no Eixo Forte é resultado desse trabalho que estimula o turismo de base comunitária”, argumentou Diego Pinho.
Se o turista quiser, pode também almoçar no Irurama. A refeição, à base de ingredientes típicos, é preparada pelos comunitários. A iguaria mais famosa é a farinha. Sua produção e de outros derivados da mandioca integra a principal atividade econômica da comunidade.
Além de gerar renda, as casas de farinha também são atrativo turístico em Irurama. Se o turista se interessar, a visitação pode ser incluída no passeio.
Para agendar, os interessados devem entrar em contato com os comunitários pelo telefone (93) 99106 5175. Os grupos precisam ser de no mínimo seis e no máximo 12 pessoas. É cobrada uma taxa a cada participante, que ajuda a custear as despesas da excursão e gera renda dentro da comunidade.

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