HMS faz alerta contra o suicídio por ocasião do Setembro Amarelo.


Santarém está no ranking dos municípios do Pará onde mais foram registrados suicídios nos últimos anos, segundo apontou as estatísticas do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde. Esse mesmo sistema afirma que a cada 32 horas uma pessoa tira a própria vida no estado do Pará.

De acordo com a psicóloga do Hospital Municipal Dr. Alberto Tolentino Sotelo (HMS), Ligia Ferreira, de janeiro a junho desde ano, houve atendimento para 12 pacientes com quadro clínico de tentativa de suicídio.

"O maior índice é entre pessoas de 12 a 17 anos e as causas mais frequentes são por bullying escolar, traumas ou abusos e depressão", informou.

O suicídio é um fenômeno complexo, multifacetado e de múltiplas determinações, que pode afetar indivíduos de diferentes origens, classes sociais, idades, orientações sexuais e identidades de gênero. Com a criação do 'Setembro Amarelo' diversas iniciativas promovidas por uma rede composta por vários atores públicos e privados tornaram possível estabelecer um esforço conjunto em favor da vida.

No Brasil

O Ministério da Saúde divulgou, em 2018, novos dados sobre tentativas e óbitos por suicídio no país. O levantamento aponta que a intoxicação exógena é o meio utilizado por mais da metade das tentativas de suicídio notificadas no Brasil.

"Esse quadro nacional reflete, também, nas pessoas que foram atendidas no HMS, o segundo é por tentativa de enforcamento", relatou Lígia.

Com relação aos óbitos, a intoxicação é a segunda causa com 18%, ficando atrás das mortes por enforcamento, que atingem 60% do total. Para ampliar a assistência, foram habilitados novos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e as ligações para o Centro de Valorização da Vida (CVV) agora são gratuitas. O governo, também, investiu na qualificação dos profissionais que atuam no SUS. Em Santarém, o CVV fica na Rua Sorriso de Maria, nº 525 - Bairro Jardim Santarém e o contato telefônico pode ser feito pelo Disque 188.

"Os dados mostram um crescimento. Isso é uma questão de saúde pública que tem se agravado no país, principalmente para que possamos diminuir o preconceito e o estigma nas pessoas que tentam o suicídio", enfatizou o diretor técnico do Instituto Panamericano de Gestão (IPG), empresa que administra o HMS e a UPA, André Franco.

Sinais de alerta

Os sinais de alerta nem sempre são óbvios e podem variar de pessoa para pessoa. São apenas sinalizadores, não o diagnóstico em si, podendo nem estarem presentes e não indicarem necessariamente riscos de suicídio. Mas como são comumente associados ao perfil, vale a pena serem observados e conhecidos.

Algumas pessoas deixam suas intenções claras, enquanto outras mantêm os pensamentos suicidas e sentimentos ocultos. É importante ressaltar que quem tem depressão deve ser acompanhado por um especialista. Os sinais de alerta são:

1) Falar sobre suicídio - Por exemplo, fazer declarações como "Eu vou me matar", "Eu gostaria de estar morto" ou "Eu queria não ter nascido";

2) Ausência ou abandono de planos futuros, desesperança;

3) Obter os meios para tirar sua própria vida, como comprar uma arma ou estocar comprimidos;

4) Isolar-se do contato social e querer ficar sozinho;

5) Apresentar mudanças de humor, como estar emocionalmente eufórico em um dia e profundamente desencorajado noutro dia;

6) Mostrar-se muito preocupado com a morte, embora também o completo oposto também seja preocupante, como falar destes temas com desdém ou sarcasmos.

OMS

De acordo com a OMS, a cada 40 segundos uma pessoa se suicida no planeta. Por ano, quase 800 mil pessoas no mundo cometem suicídio. Esta é a segunda maior causa de morte entre pessoas de 15 a 29 anos de idade. Os números foram divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Organização Pan-Americana de Saúde.

De acordo com estudos realizados em diversos países, o tipo de cobertura midiática pode gerar um efeito de contágio entre as pessoas que já sofrem com algum tipo de gatilho. A OMS tem identificado a atuação da mídia em relação aos suicídios, como uma área estratégica para ajudar a prevenir tais atos.

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