HMS faz alerta contra o suicídio por ocasião do Setembro Amarelo.
De acordo com a psicóloga do Hospital Municipal Dr. Alberto Tolentino Sotelo (HMS), Ligia Ferreira, de janeiro a junho desde ano, houve atendimento para 12 pacientes com quadro clínico de tentativa de suicídio.
"O maior índice é entre pessoas de 12 a 17 anos e as causas mais frequentes são por bullying escolar, traumas ou abusos e depressão", informou.
O suicídio é um fenômeno complexo, multifacetado e de múltiplas determinações, que pode afetar indivíduos de diferentes origens, classes sociais, idades, orientações sexuais e identidades de gênero. Com a criação do 'Setembro Amarelo' diversas iniciativas promovidas por uma rede composta por vários atores públicos e privados tornaram possível estabelecer um esforço conjunto em favor da vida.
No Brasil
O Ministério da Saúde divulgou, em 2018, novos dados sobre tentativas e óbitos por suicídio no país. O levantamento aponta que a intoxicação exógena é o meio utilizado por mais da metade das tentativas de suicídio notificadas no Brasil.
"Esse quadro nacional reflete, também, nas pessoas que foram atendidas no HMS, o segundo é por tentativa de enforcamento", relatou Lígia.
Com relação aos óbitos, a intoxicação é a segunda causa com 18%, ficando atrás das mortes por enforcamento, que atingem 60% do total. Para ampliar a assistência, foram habilitados novos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e as ligações para o Centro de Valorização da Vida (CVV) agora são gratuitas. O governo, também, investiu na qualificação dos profissionais que atuam no SUS. Em Santarém, o CVV fica na Rua Sorriso de Maria, nº 525 - Bairro Jardim Santarém e o contato telefônico pode ser feito pelo Disque 188.
"Os dados mostram um crescimento. Isso é uma questão de saúde pública que tem se agravado no país, principalmente para que possamos diminuir o preconceito e o estigma nas pessoas que tentam o suicídio", enfatizou o diretor técnico do Instituto Panamericano de Gestão (IPG), empresa que administra o HMS e a UPA, André Franco.
Sinais de alerta
Os sinais de alerta nem sempre são óbvios e podem variar de pessoa para pessoa. São apenas sinalizadores, não o diagnóstico em si, podendo nem estarem presentes e não indicarem necessariamente riscos de suicídio. Mas como são comumente associados ao perfil, vale a pena serem observados e conhecidos.
Algumas pessoas deixam suas intenções claras, enquanto outras mantêm os pensamentos suicidas e sentimentos ocultos. É importante ressaltar que quem tem depressão deve ser acompanhado por um especialista. Os sinais de alerta são:
1) Falar sobre suicídio - Por exemplo, fazer declarações como "Eu vou me matar", "Eu gostaria de estar morto" ou "Eu queria não ter nascido";
2) Ausência ou abandono de planos futuros, desesperança;
3) Obter os meios para tirar sua própria vida, como comprar uma arma ou estocar comprimidos;
4) Isolar-se do contato social e querer ficar sozinho;
5) Apresentar mudanças de humor, como estar emocionalmente eufórico em um dia e profundamente desencorajado noutro dia;
6) Mostrar-se muito preocupado com a morte, embora também o completo oposto também seja preocupante, como falar destes temas com desdém ou sarcasmos.
OMS
De acordo com a OMS, a cada 40 segundos uma pessoa se suicida no planeta. Por ano, quase 800 mil pessoas no mundo cometem suicídio. Esta é a segunda maior causa de morte entre pessoas de 15 a 29 anos de idade. Os números foram divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Organização Pan-Americana de Saúde.
De acordo com estudos realizados em diversos países, o tipo de cobertura midiática pode gerar um efeito de contágio entre as pessoas que já sofrem com algum tipo de gatilho. A OMS tem identificado a atuação da mídia em relação aos suicídios, como uma área estratégica para ajudar a prevenir tais atos.
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